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Channel: Comentários sobre: Qual Maraca, cara-pálida?
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Por: Bruno Stehling

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Devo concordar bastante, mas, talvez, sem tanto ódio (concordaria também
que ele deu inestimáveis constribuições para a história da arquitetura,
apesar do que digo a seguir). Em Curitiba há um “Museu Oscar Niemeyer”
que funciona, pois a única coisa que ele fez lá foi o grande olho – obra
muito bela como de costume, e pouquíssimo funcional, também como de
costume. O grande olho serve – para a sorte dos curitibanos – apenas
como ícone do museu, última galeria e rampa de saída. Certamente é um
dos melhores museus brasileiros contemporâneos, e não à toa, devido
também ao fato que sua maior parte edificada é aproveitada de um prédio
pré-existente ao enxerto do Niemeyer. Outro: o “disco voador” de Niteroi
(projetado para ser uma rosa brotando do chão, mas muitíssimo bem
apelidado de “disco voador” pela população local) também é muito mais um
ícone do que um museu, a despeito dos muitíssimos milhões de dinheiro
público envolvido. Mais um: Brasília: converse com algum bibliotecário
que trabalhe na biblioteca do plano piloto desde sua inauguração há
aprox. 6 anos… foi a última obra de Niemeyer construída a partir do
projeto original para o plano piloto… tiveram que cobrir com uns
tapumes as entradas, pois – seguindo estritamente o projeto – durante a
seca (maior parte do ano) a terra fina e vermelha invade a biblioteca e
corrói todo o material (inclusive os livros). Agora, voltando a
Curitiba, (onde o olho também precisa ficar cheio de tapumes mambembes
por dentro) há uma galeria só dedicada ao arquiteto que mostra que em
suas intervenções grandiosas na Europa, os projetos foram adaptados aos
interesses dos contratantes locais e são funcionais como museus,
galerias ou centros culturais. Igualmente lindos, inclusive. Um detalhe
final: nos 3 casos brasileiros que cito, o projeto teve cobertura total
do próprio arquiteto para garantir que se cumprisse de acordo com o
planejamento original do “genio”. No caso de Niteroi, pior, uma cláusula no contrato original exigia que nenhum evento fosse
realizado na área do museu (sendo que a área interna, além de mínima, é
inviável para qualquer coisa que não uns poucos quadros), para não
interferir com a fruição estética do espectador em relação o próprio prédio do museu. Só após anos conseguiu-se algum artifício jurídico
(não acompanhei pra dizer qual exatamente) para driblar isso e
possibilitar eventos culturais no espaço externo. Isso, claro, sem contar com o espaço e condições para a guarda de um acervo próprio ou visitante…


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